Cada uma das 32 seleções da Copa do Mundo terá um delegado da Polícia Federal para chamar de seu. Ele será responsável pelas demandas de segurança das delegações estrangeiras e coordenará as escoltas dos times, que poderão ser feitas pela Polícia Rodoviária Federal, pelo Exército ou pela Polícia Militar, dependendo do contingente disponível em cada ponto do País.
“São delegados que falam o idioma do time, preferencialmente. É claro que houve algumas exceções, com línguas difíceis, como as seleções da Croácia e Bósnia. A comunicação nesses casos é feita em outro idioma”, disse o delegado federal Guilherme de Castro Almeida, coordenador regional da Copa em São Paulo.
Além de auxiliar as delegações, os agentes federais serão os responsáveis pela coordenação da segurança nas 12 cidades-sede do Mundial. Caberá à PF garantir o diálogo entre os órgãos federais, estaduais e municipais e assegurar o funcionamento dos aparatos de emergência. As sedes terão as salas NOC (da sigla em inglês para Centro da Rede de Operações).
“Em cada cidade, a coordenação das salas é feita pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), que é ligada ao Ministério da Justiça, assim como a Polícia Federal”, explicou Almeida.
O corpo da Sesge é composto, principalmente, por delegados e agentes da PF - tanto que, em São Paulo, ele representa os dois órgãos, mas trabalhará na sala NOC como representante da Sesge. Diversas hipóteses de situações encontradas na Copa serão tratadas diretamente nas salas NOC, mas Almeida afirma que não há “reinvenção da roda” no Mundial.
“A lógica de ação é mais ou menos como acontece no dia a dia. Se houver uma suspeita de bomba em uma estação de metrô, é o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, que vai atuar. Se a suspeita é em um dos aeroportos, é o Grupo de Operações Táticas da PF, porque o metrô é policiado pela PM e o aeroporto é responsabilidade nossa”, disse o delegado.
Nuclear
A diferença, segundo Almeida, ocorre nas inspeções prévias dos estádios e de outros locais previstos para receber grande público ou autoridades. Nesses casos, além do uso de agentes e cães farejadores das polícias estaduais, a PF e o Exército também farão inspeções.
“A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) também fará vistoria para descartar a presença de materiais radioativos em um eventual ataque terrorista”, afirmou o delegado. A resposta a esses ataques é treinada por agentes federais em Brasília desde o ano passado.
A ação adequada será decidida na sala NOC dependendo do caso: poderá ser feita também por grupos de elite das polícias estaduais. Além disso, a PF pretende reforçar a segurança dos aeroportos e seu setor de inteligência, para tentar se adiantar a qualquer problema.
Burocracia
Boa parte do trabalho da PF durante a Copa não tem relação direta com os jogos. Uma das tarefas que exigem grande gasto de tempo do órgão ao longo do Mundial é a fiscalização dos seguranças privados que vão trabalhar nos estádios.
A Lei Geral da Copa determina que a segurança das arenas seja feita por vigilantes particulares, contratados pela Fifa. Esses profissionais, no entanto, precisam ser credenciados pela PF. Eles necessitam, ainda, de um curso específico.
Correio da Bahia
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