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segunda-feira, 4 de março de 2013

Corpo será exumado para esclarecer morte de piloto na BA-131


Erinaldo Matias de Carvalho, conhecido como Pernambuco, morreu em novembro de 2011



Foto: Reprodução/CAB
Pernambuco morreu em novembro de 2011
O corpo do piloto de automobilismo Erinaldo Matias de Carvalho, conhecido como Pernambuco, será exumado na manhã desta terça-feira (5) no Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas. Uma nova perícia será realizada para confirmar o que provocou a morte do piloto. 

Pernambuco morreu aos 46 anos em 20 de novembro de 2011, no município de Miguel Calmon, a 360 km de Salvador. Ele se preparava para disputar a sétima etapa do Campeonato Baiano de Velocidade na Terra. 

Divulgado um mês após a morte, o inquérito realizado pela Polícia Civil de Jacobina, através do delegado coordenador Élvio Brandão e do delegado titular Cleriston Jambeiro, concluiu que o piloto morreu durante um “racha” na BA-131. 

O documento indica que, antes da prova, Pernambuco e o piloto Matheus Lima Macedo, conhecido como Jegão, disputavam o “racha” quando avistaram um veículo na direção oposta. 

Para evitar a colisão com o carro, o VW Gol dirigido por Pernambuco colidiu lateralmente com o VW Voyage de Jegão. O Gol saiu da pista e capotou em uma ribanceira. Pernambuco chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal Antonio Teixeira Sobrinho, em Jacobina, mas não resistiu e morreu minutos depois. 

Assassinato 
A família do piloto, no entanto, questiona a versão da polícia. “Como na nossa família nunca havia acontecido nenhum tipo de tragédia, o caso de Pernambuco nos deixou muito chocados. Depois do enterro, nós começamos a nos preocupar, começamos a investigar, e chegamos a conclusão de que ele foi assassinado. Não houve acidente”, diz Simeao Matias de Carvalho, irmão de Pernambuco. 

Para a família, a hipótese de “racha” também não faz sentido: “A coisa que Pernambuco mais condenava era racha. Ele dizia que era um absurdo”.  

De acordo com Simeão, a família acredita que Pernambuco foi morto a tiros e pauladas. “A motivação só a Justiça vai dizer. Ele não tinha inimigos não devia a agiota, não tinha envolvimento com drogas. A verdade virá à tona”, conclui. 

Porém, segundo o delegado Élvio, a perícia não encontrou marcas de tiro no corpo. "O perito médico disse não haver dúvidas de o corpo ter qualquer indício de bala. Não foi encontrado sinal de projétil, e nós temos que seguir o perito”, diz. 

Indiciados
No dia do acidente, Selma Morais, presidente da Federação de Automobilismo da Bahia (FAB), negou que o piloto tivesse participado de um racha. “Houve o acidente só com Pernambuco. A competição nem tinha começado ainda. Depois que a carreta com todos os carros chegaram, ele pegou o carro dele e foi para o asfalto. Ele perdeu o controle da direção, não se sabe ainda se por alguma falha na pista ou problema no carro, capotou e caiu em uma ribanceira”, disse a presidente na ocasião.

Mas, de acordo com Élvio Brandão, a FAB removeu o carro de Pernambuco do local antes da chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT), o que prejudicou a perícia:“A FAB atrapalhou a perícia em relação ao acidente por querer encobrir a questão do racha”. 

Na conclusão do inquérito, o piloto Jegão foi indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). O presidente do Clube de Automobilismo da Bahia (CAB), Aureliano Campos Gomes, conhecido por Lelo Bala, e Charles Sampaio Barreto, piloto que participaria do evento automobilístico, foram indiciados por induzir ao erro os trabalhos policiais, alterando o local do acidente.
Correio da Bahia

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