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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Comandante de batalhão diz que PM morta com a família denunciou colegas

Ele não descartou a possibilidade do crime estar relacionado com a denúncia e disse não “estar convencido” na versão apresentada até agora


O comandante do 18º Batalhão da PM, coronel Wagner Dimas, afirmou hoje em entrevista à Rádio Bandeirantes que a cabo da PM Andreia Regina Pesseghini, 36, havia denunciado colegas policiais por envolvimento com roubo a caixas eletrônicos. Ela e outros quatro integrantes da sua família foram encontrados mortos com tiros na cabeça anteontem dentro de casa, na Brasilândia (zona norte de SP).
O coronel, que era chefe de Andreia, diz que apenas um grupo restrito de policiais sabia da acusação feita pela policial. Dimas não descartou a possibilidade do crime estar relacionado com a denúncia feita pela policial e disse não “estar convencido” na versão apresentada até agora pela polícia de que o filho de Andreia, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, tenha matado toda a família e depois se suicidado.
O comandante diz que a cabo nunca relatou à PM que estava sofrendo qualquer tipo de ameaça. Ainda segundo o policial, a investigação não chegou a nenhuma conclusão, mas que alguns policiais foram transferidos para o setor administrativo ou transferidos. O crime A polícia acredita que Marcelo matou os parentes na noite de domingo ou madrugada de anteontem. Teria então dirigido até a escola, passado a madrugada no carro, frequentado as aulas de manhã, voltado de carona para casa e se matado.
A família foi achada em casa anteontem, todos com tiros na cabeça. Luis Marcelo Pesseghini, 40, era sargento da Rota. A mulher era cabo do 18º Batalhão. As outras vítimas moravam na casa nos fundos: a mãe dela, Benedita Bovo, 65, e a tia-avó Bernadete Silva, 55. Inicialmente, a polícia suspeitava que o crime havia sido retaliação à prisão de integrantes de uma facção criminosa. Após perícia, depoimentos e imagens de câmeras, praticamente descartou a hipótese.
A nova versão ganhou força após o melhor amigo de Marcelo afirmar à polícia que, em diversas ocasiões, ele havia lhe dito que planejava matar a família e fugir. “Esse amigo nos disse: “Ele sempre me chamou para fugir de casa para ser um matador de aluguel. Ele tinha o plano de matar os pais durante a noite, quando ninguém soubesse, e fugir com o carro dos pais e morar em um local abandonado"”, afirmou o delegado Itagiba Franco.
No quarto de Marcelo, havia diversas armas de brinquedo. Na mochila com que fora à escola, um revolver 32, uma faca, rolos de papel higiênico e mudas de roupa. Câmeras de um imóvel na rua do Stella Rodrigues, colégio particular na Freguesia do Ó, registraram o Classic cinza de Andreia sendo estacionado à 1h25. Às 6h23, sai dele um garoto, que vai até o colégio. O amigo reconheceu Marcelo nas imagens, mas nenhum parente sabia que o garoto tinha noções de direção.
Um vizinho contou que os pais lhe disseram que estavam ensinando o garoto a dirigir. Pólvora Nas mãos do jovem a polícia não encontrou pólvora. No carro da família, no entanto, foi achado um par de luvas que será periciado na tentativa de encontrar algum vestígio. Segundo a polícia, o fato de não haver vestígios do armamento não é incomum, pois a pistola.40 utilizada no crime costuma não deixar vestígios. Canhoto, Marcelo tinha na mão esquerda a pistola utilizada pela mãe. Policiais afirmaram que a arma requer iniciação, pois seu manuseio não é simples.
A reportagem apurou que alguns policiais ainda não estão convencidos do caso, já que indícios preliminares apontam que o sargento foi morto horas antes das demais vítimas. Marcelo tinha diabetes e fibrose cística, doença degenerativa sem cura que pode levar a infecções, problemas digestivos e morte na idade adulta - mas nenhuma alteração psiquiátrica. Ele já havia reclamado da doença a professores e colegas.

Correio da Bahia

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