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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

BAIANO FANÁTICO REPRESENTA O GRÊMIO EM PINDOBAÇU

“O pessoal aqui acha que sou doido”



Já ouviu falar na cidade de Pindobaçu, na Bahia?
Pois neste pequeno município de 18 mil habitantes,
distante 460 km de Salvador, mora um dos
gremistas mais fanáticos que já nasceu.
Romilson de Carvalho Pio, 45 anos, nem lembra
quando essa paixão pelo Grêmio começou.
Carregado com o tradicional sotaque baiano,
ele tentou explicar: “Nem sei, rapaz! Foi lá por 1984,
quando eu mandei vir de São Paulo uma camisa do
Grêmio. Também tinha um amigo gaúcho e gremista
que trabalhava no Banco do Brasil aqui na cidade
que me incentivou. O pessoal aqui torce tudo pra
Flamengo, Vasco... Por que não posso torcedor
pro Grêmio?”, questiona.
Há 16 anos, logo após a conquista do tricampeonato da Copa do Brasil, Romilson abriu o “GremBar”, um
estabelecimento que ficou conhecido na cidade por enaltecer o Tricolor de Porto Alegre. Pintado de azul, preto e
branco, o bar é adornado por bandeiras, pôsteres e flâmulas do Grêmio. Virou o ponto de encontro de amigos e
torcedores, principalmente em dia de jogos, quando a turma se reúne para acompanhar as partidas pela pequena
TV instalada no local.
Sem nunca ter pisado no Rio Grande do Sul e sem conseguir explicar sua preferência clubística, Romilson virou
centro das brincadeiras: “O pessoal aqui acha que sou doido”, diverte-se. E o sentimento dos amigos tem
fundamento, pois a distância e o amor pelo Tricolor já proporcionaram histórias inusitadas para acompanhar o time
do coração. Uma delas foi, exatamente, no dia de um dos jogos mais importantes da vida do Clube: “Na hora da
Batalha dos Aflitos, Pindobaçu ficou sem energia e eu não tinha como escutar o jogo. Peguei meu radinho de pilha
e fui para o cemitério, que fica no alto da cidade. Consegui pegar o sinal da Rádio Rural de Pernambuco e fiquei lá
até o final. Quase morri! Pelo menos eu já estava no cemitério”, brinca.
Pai de duas filhas, Lisandra, de 14 anos, e Lisiane, de cinco, o baiano tenta incutir nas pequenas o amor pelo
Tricolor: “A pequena vai torcer pelo Grêmio, mas a maior eu já não sei. Ela pode até não ser gremista, mas não
será, de jeito nenhum, flamenguista ou colorada”. A esposa, Jucelma, procura nem se meter e já está acostumada
com o Grêmio sempre em primeiro lugar: “Eu posso trocar de esposa, mas não troco de time”, brada.
No último final de semana, Romilson percorreu os quase 500 km que separam Pindobaçu de Salvador para torcer
pelo Grêmio na vitória de 3 a 0 sobre o Bahia, na Arena Fonte Nova. No dia anterior a partida, participou do jantar
festivo organizado pelo consulado gremista. Apesar de conseguir estar perto da delegação, o grande sonho deste
baiano é conhecer Porto Alegre: “Não vou conseguir conhecer o Olímpico, mas, se Deus me ajudar, não vou morrer
sem visitar a Arena. É meu grande sonho. Se tudo der certo, pretendo ir depois da Copa do Mundo”, projeta.
Personagens como Romilson estão espalhados por todo o Brasil e até pelo mundo. Personificam o sentimento do
torcedor que, mesmo distante, alimenta o amor e o carinho pelo clube do coração. Um exemplo e motivo de orgulho
para todos nós gremistas.
Foto: arquivo pessoal

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