EUA agora analisam a trajetória do míssil para tentar saber de onde o ataque veio, diz fonte sob condição de anonimato
Os EUA concluíram que o avião da Malásia que caiu no leste da Ucrânia foi abatido, disse uma fonte graduada dos EUA à rede de TV americana CNN. Um sistema de radar detectou um míssil terra-ar ser disparado e rastrear uma aeronave pouco antes de o avião cair nesta quinta-feira, de acordo com a autoridade.
Um segundo sistema viu um sinal de calor no momento em que o avião foi atingido. Os EUA estão analisando a trajetória do míssil para tentar saber de onde o ataque veio, disse a fonte sob condição de anonimato.
O Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines levava 295 pessoas a bordo (280 passageiros e 15 tripulantes) quando caiu na Ucrânia perto da fronteira russa. Ele voava de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur. A Ucrânia também afirmou que a aeronave foi abatida, mas tanto o governo quanto os separatistas pró-Rússia que travam confrontos na região leste negaram responsabilidade no incidente.
O governo da região de Donetsk disse nesta quinta-feira que o avião caiu perto da vila de Grabovo, que atualmente está sob controle dos separatistas. A região onde aconteceu o incidente teve vários episódios de confrontos entre os dois lados em dias recentes.
O avião parece ter se quebrado antes do impacto no solo, e os destroços em chamas — que incluíram partes de corpos e pertences dos passageiros — ficaram espalhados por uma ampla área.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, classificou a queda de ato de terrorismo e pediu uma investigação internacional sobre o acidente. Anton Gerashenko, um conselheiro do Ministério do Interior, disse em sua página no Facebook que o voo MH17 voava a uma altitude de 10 mil metros quando foi atingido por um míssil terra-ar de um lançador Buk, que pode disparar projéteis a uma altitude de 22 mil metros.
Poroshenko afirmou que as Forças Armadas de seu país não dispararam contra nenhum alvo aéreo. "Não excluímos a possibilidade de que essa aeronave tenha sido abatida, e afirmamos que as Forças Armadas ucranianas não atuaram contra alvos aéreos", disse. "Temos certeza de que os culpados por essa tragédia serão responsabilizados."
O líder separatista Andrei Purgin disse à Associated Press que tinha certeza de que os soldados ucranianos abateram o avião, mas não deu nenhuma explicação ou prova para corroborar sua declaração. Purgin disse não saber se as forças rebeldes têm em mãos lançadores de míssil Buk, mas disse que, mesmo que tivessem, não têm combatentes capazes de operá-los.
Um lançador similar foi visto por jornalistas da Associated Press perto da cidade oriental ucraniana de Snizhne na manhã desta quinta-feira.
A região leste da Ucrânia tem sido cenário de confrontos severos entre forças ucranianas e rebeldes separatistas pró-Rússia em dias recentes.
De acordo com uma fonte da Aviação da Rússia citada pela imprensa do país, o Boeing 777 da Malaysia Airlines teria sido derrubado por um míssil ucraniano que tinha como alvo o avião do presidente Vladimir Putin.
"É possível dizer que o avião presidencial e o avião malaio se cruzaram ao mesmo tempo no mesmo corredor aéreo. Isso aconteceu perto de Varsóvia (Polônia), a uma altitude de 10.100 metros. O avião presidencial estava ali às 16h21 locais e o avião da Malásia as 15h44", disse a fonte.
"O controle de ambas aeronaves se parece, as dimensões lineares também são muito similares e, quanto à cor do avião, a uma distância suficientemente grande, também é quase idêntica", acrescentou.
*Com AP
iG Notícias
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