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sábado, 26 de abril de 2014

Coronel que confessou tortura é encontrado morto

Malhães prestou depoimento em março à Comissão Nacional da Verdade
O coronel reformado do Exército Paulo Malhães, 76 anos, foi encontrado morto na manhã desta sexta (25), no sítio em que morava em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. O corpo apresentava marcas de asfixia, segundo a Polícia Civil. 

Malhães prestou depoimento em março à Comissão Nacional da Verdade em que relatava ter participado de prisões e torturas durante a ditadura militar. Disse também que foi o encarregado pelo Exército de desenterrar e sumir com o corpo do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971. 

Ex-agente do Centro de Informações do Exército, o militar afirmou não se arrepender de nada e contou como funcionava a Casa da Morte, em Petrópolis, na região serrana do Rio, centro clandestino de torturas, onde teriam sido assassinadas 20 pessoas.

De acordo com o relato da viúva Cristina Batista Malhães, três homens invadiram o sítio de Malhães na noite desta quinta-feira (24) à procura de armas. O coronel seria colecionador de armamentos, disse a mulher aos policiais da Divisão de Homicídios da Baixada que estiveram na propriedade. 

Cristina disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo, das 13h às 22h desta quinta-feira (24), pelos invasores.
Malhães  admitiu tortura em depoimento (Foto: Divulgação/Comissão Nacional da Verdade)
O corpo do coronel Malhães está no Instituto Médico-Legal de Nova Iguaçu, onde será determinada a causa da morte. 

O presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, disse que a morte precisa ser investigada com rigor, porque o coronel reformado foi agente importante da repressão política e detentor de muitas informações sobre a ditadura. As informações são da Agência Brasil e do Estadão Conteúdo. 
Correio da Bahia

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