A dengue fez a primeira morte este ano em Salvador. A estudante de direito Bruna Gomes de Oliveira Muniz, 24 anos, morreu na madrugada de quarta-feira (26/3), diagnosticada com dengue hemorrágica, tipo mais grave da doença. A primeira morte por dengue hemorrágica na Bahia em 2014 foi em 24 de janeiro, um jovem de 15 anos, na cidade de Itabuna.
Bruna, que morava no bairro da Pituba, deu entrada no Hospital do Subúrbio no último dia 24, quando começou a sentir os primeiros sintomas da doença. Posteriormente foi transferida para o Couto Maia, onde permaneceu internada até morrer. Familiares e amigos postaram nas redes sociais mensagens lamentando a morte da estudante.
“Nem toda dor que já senti na vida chegará perto do que estou sentindo agora. Mas sei que pode demorar, mas vai passar e também sei que como sempre eu e minha Bruninha ficaremos sempre juntos. Fica com Deus, maninha, e que ele te encaminhe para o caminho certo!”, desabafou o irmão da estudante, Bruno Muniz, em sua página no Facebook.
Em relação a 2013 houve um aumento de 63% de notificações de casos de dengue na capital baiana. Cabula/Beiru, Boca do Rio e Barra/Rio Vermelho se destacam como distritos sanitários com maior incidência.
De acordo com informações da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), este ano, até o dia 12 de março, foram notificados 2.504 casos de dengue no estado, o que corresponde a uma redução de 91,89% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados 30.884 casos, 28.380 notificações a menos.
No diagrama do órgão, Salvador se destaca como o município com maior incidência da doença, totalizando 729 notificações, seguido por Feira de Santana (296), Itabuna (192), Pintadas (131) e Teixeira de Freitas (75). Na capital baiana, agentes de combates às endemias já realizaram ações preventivas e de bloqueio no perímetro da residência da vítima, com tratamento de depósitos preferências do Aedes Aegypti, bem como eliminação de focos encontrados. A atividade foi intensificada com a utilização do fumacê. No ano passado foram registradas três mortes.
A orientação do Ministério da Saúde para os casos de dengue ocorridos este ano prevê que eles sigam a nova classificação de casos: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave.
Sintomas e recomendações
Se além da febre aguda o indivíduo sente qualquer um dos sinais de alerta deve procurar imediatamente assistência médica. Os sinais e sintomas de alertas são: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, tontura, hemorragias importantes, palidez ou rubor facial, pulso rápido e fino, agitação ou letargia, desconforto respiratório, diminuição repentina da temperatura, redução do volume de urina, queda de tensão arterial e pele, mãos ou pés frios. Entre as recomendações do órgão estão: evitar automedicamento, tomar muito líquido (água, suco de frutas, soro caseiro, chás, água de coco e sopas), manter repouso e manter amamentação.
Agentes de combates às endemias já realizaram ações preventivas e de bloqueio no perímetro da residência da vítima, com tratamento de depósitos preferências do Aedes Aegypti, bem como eliminação de focos encontrados. A atividade foi intensificada com a utilização do fumacê. No ano passado foram registradas três mortes.
Para o enfrentamento da dengue, agentes de combate às endemias da Prefeitura têm intensificado as visitas casa a casa, uma vez que estudos revelam que os depósitos preferenciais do mosquito Aedes Aegypti estão dentro dos domicílios como vasos e pratos de plantas, bebedouros de animais e caixa d’água. Além disso, através da articulação entre Secretaria da Saúde, Limpurb e Sucop, dois grandes mutirões de limpeza já foram realizados este ano nos bairros de Tancredo Neves e Boca do Rio, que registraram o maior número de notificações da doença.
As atividades foram realizadas em 570 imóveis resultando na retirada de 171 toneladas de lixo das ruas, quintais e terrenos baldios, bem como na eliminação de 1.042 focos do mosquito e tratamento de outros 145. Nesta sexta (28) e sábado (29), os mutirões serão realizados nos bairros do Cabula VI e Paripe.
Salvador está em estado de alerta para ocorrência de uma epidemia de dengue, com um índice de infestação predial de 2,6%, ou seja, a cada 100 imóveis da cidade, 2,6 apresentam focos do mosquito. Por isso o papel de todos - poder público e população - é de extrema importância para redução desse índice. Todo tipo de recipiente que acumule água, se não tiver mais utilidade, deve ser eliminado. Já aqueles como caixa d’água, tanques e tonéis, devem ser devidamente cobertos, além de lavados com água e sabão rotineiramente para eliminação de possíveis ovos depositados nas paredes.
Tribuna da Bahia
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