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sábado, 17 de março de 2012

Testemunhas acreditam que filho de agente foi morto pelos assassinos do pai


Segundo a delegada Heleneci Nascimento, Edson, de 43 anos, sabia que estava vulnerável

Em pleno aniversário, o transportador de mercadorias Edson Araújo Nascimento Filho, 43 anos, foi surpreendido perto de casa, na Rua Coronel Felisberto Caldeira, no Barbalho. Ele – que é filho do agente público Edson Araújo, executado com 12 tiros em dezembro passado – foi atingido na noite de quinta-feira com  dez disparos em diversas partes do corpo. Edson ainda foi socorrido, mas morreu ontem à tarde no Hospital do Subúrbio. 

Testemunhas contam que Edson, que também é pintor, aguardava uma ligação da mulher na rua quando dois criminosos em uma moto Fan vermelha, placa não anotada, passaram atirando.

Apesar do ataque brusco, moradores do local relatam que Edson sabia que corria risco de morrer. “Desde que o pai foi executado, ele luta por justiça e queria ver os criminosos presos. Os caras avisaram que iam dar cabo da vida dele”, revela uma moradora, sem se identificar.

“Edson mesmo contava que tinha gente estranha circulando na área direto. Ele não acreditou que a bandidagem fosse pegá-lo”, acrescenta ela. “Tava na porta. Só ouvi a zoada dos tiros e corri”.

A versão não é descartada pela polícia. Segundo a delegada Heleneci Nascimento, titular da 2ª Delegacia (Lapinha), que esteve no local do crime, Edson sabia que estava vulnerável. “Não descartamos a ligação desse atentado com a execução do pai dele”.


Edson Araújo, executado no dia do aniversário: polícia suspeita que assassinos sejam os mesmos do pai


Embora agentes da 2ª DP tenham participado das primeiras apurações, as investigações serão coordenadas pela delegada Dalva Cardoso, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). 

Testemunhas suspeitam que os autores do atentado sejam os mesmos executores do agente público. “Os caras são muito perigosos e atendem pelos nomes de Rafinha e Foguinho, que estão soltos e tocando o terror na Cidade Nova”, enfatiza um morador.

No local do crime, marcas de sangue ainda eram vistas ontem pela manhã. A mulher de Edson estava em estado de choque. “Ela estava na igreja com o filho de 2 anos. Quando chegou deu de cara com essa situação. Está à base de remédios e sem condições de nada”, diz uma moradora.

Parentes do transportador não quiseram dar informações. “É uma situação que as autoridades já têm conhecimento, não tomaram as devidas providências e chegou a esse ponto pela segunda vez”, critica um familiar. “Ele (Edson) já tinha dado queixa de ameaça de morte”. Outro morador conta: “Ele já estava programando para se mudar daqui, justamente por causa das ameaças”.


O pai, que trabalhava numa delegacia, foi assassinado dentro do carro

Bandidos desconfiavam que agente informava polícia
O pai do transportador, o agente público Edson Araújo Nascimento, 65, desempenhava a atividade de motorista na 2ª Delegacia de Polícia. As investigações apontaram que ele foi executado a mando de um traficante da Cidade Nova, conhecido como Rafinha, que já havia lhe jurado de morte. O criminoso, segundo a polícia, teria desconfiado que o agente público forneceu informações para que ele fosse preso em agosto passado. 

A atitude gerou o desafeto e o cumprimento da promessa em dezembro passado, quando o agente  saía de casa para levar a mulher a uma igreja. A vítima foi executada na Ladeira do Ypiranga, Cidade Nova, por dois homens em uma moto, que contavam com o apoio de quatro comparsas  num Siena prata. No mesmo dia, a polícia prendeu Alessandro Pereira Silva, o Sandro, reconhecido por testemunhas como um dos autores do assassinato. 

Ele foi capturado por agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), enquanto se escondia em um bar perto do local do crime. Outras três pessoas foram ouvidas pelo DHPP e liberadas. 
Correio da Bahia

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