O número de analfabetos no Brasil cresceu cerca de 1,5% desde a amostragem feita em 2011
Os estados do Nordeste têm os piores índices de analfabetismo do Brasil. Mas, entre os estados do Nordeste, a Bahia tem o menos pior. São 1,712 milhão de analfabetos em todo o estado, número ligeiramente menor que o de 2009: 1,744 milhão, ou 16,87% da população. Já na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, foi constatado que 15,86% da população baiana é analfabeta.
O número cresceu em relação à amostragem de 2011, quando esse percentual era de 14,33%, mas, segundo o coordenador de disseminação de informações do IBGE, Joilson Rodrigues de Souza, a variação se deve a alguma imprecisão ocorrida na pesquisa passada. “Se os jovens são os que têm um maior acesso à escola, não faz sentido o número de analfabetos cair e depois crescer de novo. Pelo contrário, à medida em que os mais velhos vão morrendo, a tendência é esse percentual diminuir”, explica.
De fato, se você observar as tabelas abaixo, vai perceber que, tanto na Bahia quanto no resto do Brasil, o percentual de analfabetos aumenta com a idade. A média nacional de analfabetismo estava em 8,7% em 2012, segundo o IBGE, percentual ligeiramente maior que o de 2011: 8,6%. “Os estados que têm os índices melhores em geral são os que têm uma população mais urbana e jovem. A Bahia ainda é muito rural: 3,728 milhões de baianos vivem na zona rural”, acrescenta Joilson.
Um deles é o aposentado Alcindino Rodrigues, de 75 anos. Natural de Iguaí, sudoeste do estado, ele conta que começou a trabalhar na roça aos 10 anos de idade, e por isso nunca estudou. “Naquele tempo, meus pais não me ensinaram, agora eu já estou velho e não adianta mais”, diz ele. Em seu último emprego, como administrador de uma fazenda, ele conta que não se apertava. “Quando precisava, tinha uma pessoa que lia para mim”. A mulher de Alcindino, Carlita, é semianalfabeta. Ela conta que na região há muita gente na mesma situação. “Vixe, tem muita gente analfabeta aqui. Eu mesma não leio quase nada”.
O Brasil inteiro tem 7,1 milhões de analfabetos, e o Nordeste é o principal responsável pelo índice, pois 53,8% das pessoas que não sabem ler nem escrever moram nesta região.
Por outro lado, quando consideradas apenas as pessoas maiores de 25 anos, o percentual de indivíduos sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 15,1% para 11,9% no Brasil, uma diminuição de 3,4 milhões de pessoas em um ano. Já o percentual de pessoas com nível superior completo passou de 11,4% em 2011 para 12% em 2012, um aumento de 6,5% (867 mil pessoas a mais), totalizando 14,2 milhões de pessoas.
Trabalho
O levantamento também tem dados sobre a taxa de desocupação das pessoas com 15 anos ou mais de idade no Brasil: foi de 6,1% em 2012, abaixo dos índices de 2011 (6,7%) e de 2004 (8,9%). O Sul mostrou a menor taxa (4,1%) e o Nordeste, a maior (7,6%). Em relação a 2011, a única região que apresentou variação estatisticamente significativa foi a Sudeste, onde a taxa passou de 7,% para 6,1% em 2012.
O levantamento também tem dados sobre a taxa de desocupação das pessoas com 15 anos ou mais de idade no Brasil: foi de 6,1% em 2012, abaixo dos índices de 2011 (6,7%) e de 2004 (8,9%). O Sul mostrou a menor taxa (4,1%) e o Nordeste, a maior (7,6%). Em relação a 2011, a única região que apresentou variação estatisticamente significativa foi a Sudeste, onde a taxa passou de 7,% para 6,1% em 2012.
Já o percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (74,6%) manteve-se estável de 2011 para 2012, embora o número absoluto tenha crescido 3,2%, chegando a 35 milhões de pessoas nessa condição, 1,1 milhão a mais de empregos nessa modalidade. No Sudeste e no Sul, a proporção ultrapassou 80%.
Houve avanço também nos indicadores nacionais relacionados ao trabalho infantil. Em 2012, havia 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos de idade trabalhando, 156 mil a menos que em 2011. O nível da ocupação (proporção de ocupados nessa faixa etária) das pessoas de 5 a 17 anos foi de 8,3% em 2012, frente a 8,6% em 2011. Essa população ocupada era composta por 81 mil crianças de 5 a 9 anos de idade, 473 mil de 10 a 13 anos e 3 milhões de 14 a 17 anos. Nessas três faixas etárias, o sexo masculino era maioria. Entre 2011 e 2012, a maior queda percentual (-23,0%) ocorreu dos 10 aos 13 anos, com 142 mil crianças deixando de trabalhar. O nível da ocupação das pessoas de 5 a 17 anos foi de 8,3% em 2012.
Houve um ganho de 5,8% no rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas de 15 anos ou mais de idade ocupadas e com rendimento, na comparação entre 2011 (R$ 1.425) e 2012 (R$ 1.507), o que ocorreu em todas as regiões, grande parte devido ao aumento do valor do salário mínimo no país.
Correio da Bahia