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domingo, 7 de maio de 2017

Emmanuel Macron, um novato que desbancou os políticos tradicionais


Macron é eleito novo presidente da França - Foto: Danis Charlet | AFP
Macron é eleito novo presidente da França

O ex-banqueiro e ex-ministro da Economia Emmanuel Macron tornou-se, aos 39 anos, o presidente mais jovem da França, à frente do Em Marcha!, um novo movimento centrista fundado por ele, com o qual quer levar o país adiante.
Apesar de ser a primeira vez que se submete ao veredicto das urnas, este homem de aparência cuidada, praticamente desconhecido três anos atrás, sucederá o socialista François Hollande após derrotar, neste domingo, a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen.
Macron entrou na política pelas mãos de Hollande, mas rompeu com seu padrinho político em agosto de 2016, para criar seu próprio movimento, o "Em Marcha!", que agora tem mais de 250.000 afiliados.
Essa inesperada saída do governo lhe rendeu uma chuva de críticas entre seus colegas socialistas - e alguns tacharam-no, inclusive, de "traidor".
A França não pode responder aos desafios do século XXI "com os mesmos homens e as mesmas ideias", diz este homem que rechaçou os rótulos de esquerda e direita, ao lançar sua candidatura à presidência, apresentando-se como uma alternativa aos políticos que governaram o país há décadas.
Alguns viram nesta decisão um salto no escuro, mas sua aposta deu certo. Este "novato na política" derrotou no primeiro turno os grandes partidos de direita e de esquerda que governaram a França nas últimas décadas.
Seu discurso, inspirado no modelo escandinavo, seduz, sobretudo, os jovens urbanos e os círculos dos negócios, mas desperta certo receio entre as classes rurais e populares, assim como em parte da população, que o vê como o herdeiro de Hollande, o impopular presidente socialista.
Produto do sistema
Embora se apresente como um líder antissistema, seus críticos afirmam que ele é, justamente, um puro produto do sistema.
Formado na Escola Nacional de Administração (ENA), berço da elite política e intelectual francesa, começou sua carreira meteórica como inspetor de Finanças antes de aterrissar no banco Rothschild. Lá, subiu rapidamente até ser nomeado sócio gestor. Durante seus anos como banqueiro, ganhou cerca de 2,4 milhões de euros.
Deixou o setor privado em 2012 para se tornar um dos assessores econômicos de Hollande, antes de dar o grande salto para o Ministério da Economia. Foi nesses anos que começou a cultivar sua ambição.
"Vi de dentro a vacuidade do nosso sistema político", descreveu ele, ao falar de sua experiência nas altas esferas do poder.
Durante sua passagem pelo governo, Macron lançou uma polêmica reforma para liberalizar a economia, que pôs fim às travas para a abertura de lojas aos domingos e abriu a concorrência em vários setores, como o de ônibus.
Macron "é muito mais complexo do que se pensa, não é - de modo algum - um liberal desmedido", ameniza um de seus antigos companheiros no governo, Thierry Mandon.
Filósofo de formação
Emmanuel Macron nasceu em 1977, em Amiens (norte da França), em uma família de classe média.
Aos 16 anos, esse fã de teatro e de literatura se apaixonou perdidamente por sua professora de Francês, Brigitte Trogneux, 20 anos mais velha, uma história de amor atípica que conquistou a imprensa.
Brigitte era casada e tinha três filhos, mas se divorciou, e eles se casaram em 2007. Isso não impediu o surgimento de boatos sobre a suposta homossexualidade do candidato, o que o próprio desmentiu com bom humor.
Macron se graduou com louvor no prestigioso liceu parisiense Henry IV e, depois, fez Mestrado em Filosofia.
Nos anos universitários, trabalhou como assistente editorial do renomado filósofo francês Paul Ricoeur, ajudando-o a publicar seu último livro.
Em sua época de estudante já era "brilhante e carismático", "um bom orador", "com um perfil à la Barack Obama", segundo o deputado de direita Julien Aubert, um de seus colegas na ENA.
Sua curta carreira foi marcada por algumas polêmicas, como quando afirmou que a vida dos empresários é, "com frequência, mais dura do que a de um empregado", ou quando declarou que "muitos" trabalhadores ficaram sem emprego pelo fechamento de uma fábrica na Bretanha porque eram "analfabetos".

A TARDE

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