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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Justiça suspende ida de ex-prefeita "ostentação" para o Complexo de Pedrinhas

Lidiane chegou a ser transferida para o Complexo de Pedrinhas, mas acabou passando a noite em alojamento de luxo

Lidiane Leite, ex-prefeita da cidade de Bom Jardim, no Maranhão, passou a noite em alojamento após a Justiça suspender na madrugada desta terça-feira (29) a transferência da jovem de 25 anos para a Penitenciária Feminina de Pedrinhas.
Lidiane Leite assumiu a prefeitura aos 22 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Prefeita suspeita de desvios se entregou à PF nesta segunda, após 39 dias foragida(Foto: Reprodução)
Lidiane, que passou 39 dias foragida da PF e se entregou ontem (28), era procurada após ter tido a prisão decretada por suspeita de desviar verba da Educação no município. A ex-prefeita ostentava vida de luxo nas redes sociais.
Ela chegou a ser levada por volta da 0h30 para o Complexo de Pedrinhas, mas com a liminar da defesa, Lidiane será recolhida no Presídio do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBM-MA). Ela passou a noite em alojamento do quartel, usado normalmente por médicos do Corpo de Bombeiros.
No local há janela, banheiro, duas camas de solteiro e ar-condicionado, além de ser equipado com televisão e frigobar, que foram retirados do alojamento de Lidiane após ordem judicial. A liminar que pedia a suspensão da transferência da ex-prefeita alega que a integridade dela corria risco com a estadia. 
Entenda o casoA PF investiga transferências feitas da conta de prefeitura para a conta pessoal de Lidiane em um montante de R$ 40 mil ao longo de um ano, realizadas em parcelas de R$ 1 mil. Além disto, a conta do advogado da prefeita também recebeu transferências de mais de R$ 200 mil em menos de um ano. 
Lidiane foi eleita pela primeira vez em 2012, aos 22 anos. Na época, o então namorado da jovem, Beto Rocha, teve a candidatura impugnada ao ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, informa o G1 Maranhão. A garota assumiu o lugar dele e venceu as eleições.
A prefeita então passou a compartilhar fotos da nova rotina nas redes sociais, ostentando uma vida de luxo. "Eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados", escreveu Lidiane em seu perfil pessoal no Facebook. 
Ela já tinha sido afastada do cargo três vezes - em abril de 2014, por 30 dias, após denúncias de improbidade administrativa. Lidiane retornou ao posto em 72 horas, após obter liminar na Justiça. O segundo afastamento aconteceu em dezembro de 2014, e pedia um afastamento de 180 dias.
A terceira vez foi em maio de 2015. Ela também retornou ao cargo em 72 horas nesta ocasião.
Correio da Bahia

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Príncipe saudita ordena investigação após tragédia em peregrinação à Meca

O tumulto ocorreu nesta quinta-feira (24) e provocou a morte de mais de 700 pessoas
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed ben Nayef, ordenou que seja feita uma investigação para apurar as causas da tragédia ocorrida nesta quinta-feira (24), que matou 717 e deixou mais de 800 feridos durante um ritual da peregrinação à Meca.
(Foto: AFP)
A decisão foi tomada durante uma reunião na cidade de Mina presidida pelo príncipe e que contou com a presença dos principais responsáveis pelo Hajj. O tumulto aconteceu na Rua 204 na cidade, que fica a poucos quilômetros de Meca e os peregrinos ficam hospedados.
A maioria das vítimas morreu pisoteada. A estimativa é de que cerca de 3 milhões de muçulmanos participam da peregrinação neste ano. De acordo com a Defesa Civil, operações de socorro estão sendo feitas no local e seis equipes prestam os primeiros cuidados aos feridos e direcionam o fluxo de peregrinos para rotas alternativas.

Correio da Bahia

sábado, 19 de setembro de 2015

Fifa sabia de esquema paralelo de venda de ingressos desde a Copa de 1990

Jerome Valcke - Foto: Andre Penner | AP Photo
O milionário mercado paralelo de revenda de entradas para as Copas do Mundo se proliferou sob os olhos da própria Fifa, em um esquema que passou a ganhar força a partir de 1990 e foi liderado pelas empresas que detinham o monopólio para a venda dos ingressos.

O alerta é de um dos empresários que por mais tempo atuou nos bastidores desse mercado: Benny Alon. Ele revela documentos, e-mails e contratos que escancaram que um mercado negro passou a ser operado com o conhecimento dos próprios cartolas. Na última quinta-feira, ele apresentou e-mails implicando Jérôme Valcke na revenda de entradas para o Mundial de 2014. O francês nega. Mas foi afastado pela Fifa e uma investigação foi aberta.

À reportagem, Alon revela como funcionou o esquema. "Ingressos para o Mundial são como uma mulher sedutora. Você pode ficar fascinado. Mas precisa ter cuidado", comentou. O empresário israelense/norte-americano não faz mea-culpa sobre o mercado negro. "Ele é necessário. Não é algo ruim", declarou.

Mas Alon garante que, em mais de 30 anos no setor, jamais comprou entradas sem a autorização da Fifa ou de agentes da entidade. "Você nunca ouviu falar de mim, nossa empresa não tem um site nem fazemos publicidade. Mas temos os melhores ingressos para a Copa e vendemos para as grandes empresas", disse. "Só na final entre Argentina x Alemanha, em 2014, eu tinha 1,5 mil lugares no Maracanã", garantiu.

Segundo ele, a operação de entradas em um Mundial não é uma novidade entre os cartolas. "A Copa de 1990 foi a primeira que representou um grande negócio", disse. Documentos vistos pela reportagem revelam que, já ali, o britânico Ray Whelan comprou 4,5 mil entradas para os jogos na Itália. Whelan, mais tarde diretor da Match, foi a pessoa que, em 2014, acabaria sendo presa no Rio suspeita de atuar no mercado negro.

Em 1990, porém, ele assinava contratos em nome da empresa Mundicor e sua atuação deixou os organizadores italianos preocupados. Em uma carta, Luca de Montezemolo, presidente do Comitê Organizador Local, alertava que haviam sido informado sobre uma fonte de ingressos da qual ele "desconhecia". Para Montezemolo, a Mundicor violava as regras de exclusividade na venda de entrada. Mas, em uma resposta, a Fifa acabou adotando tom de apoio a Whelan e aceitou que os pacotes oferecidos pelo britânico pudessem ser vendidos.

Nas edições seguintes dos Mundiais, dois irmãos mexicanos começariam a ganhar espaço na Fifa: Jaime e Enrique Byrom. Whelan era casado com uma das irmãs dos Byroms. "À medida que os anos foram passando, a família aumentou o controle sobre os ingressos e, em 2002, os dois ficariam com o controle de todos os ingressos e acomodações", revelou Alon.

Mas um dos pontos mais claros do envolvimento de um esquema para revender ingressos ocorreu na Copa da Alemanha, em 2006. Naquele Mundial, a empresa iSe, formada pela Dentsu e a Publicis, passaria a ser uma das operadoras de bilhetes de alto nível. Alon seria um de seus principais operadores.

A iSe ganhou em 2003 um contrato para comprar por US$ 270 milhões um total de 346 mil ingressos da Fifa para o Mundial de 2006. Na Copa do Japão e da Coreia do Sul, em 2002, a empresa de marketing da Fifa, a ISL, havia falido. Mas a Dentsu se comprometeu com Joseph Blatter a assumir toda a operação e garantir que a Copa fosse um sucesso. Um ano depois, a empresa seria compensada com um contrato milionário.

Nos meses seguintes, porém, a Fifa faria algumas mudanças no contrato. No dia 8 de agosto de 2005, a iSe seria informada que Jaime Byrom iria passar a operar "sob o nome do Escritório de Ingressos da Fifa". "Jaime teria mãos livres para operar", explicou Alon. No total, a Fifa - representada por Jaime Byrom - repassou para a iSe apenas 239 mil ingressos e não as 346 mil entradas acertadas pelo contrato de 2003.
Além disso, milhares de outras entradas seriam devolvidas, como "não vendidas". "Cerca de 2 mil ingressos para o jogo de abertura da Alemanha em Munique foram considerados como ‘não vendidos’ e devolvidos", contou Alon.

Segundo o empresário, esses ingressos devolvidos não foram jogados no lixo. "Mais de 110 mil ingressos entraram no mercado, o que representa um lucro de US$ 110 milhões", indicou. Em uma carta enviada pelo então secretário-geral da Fifa, Urs Linsi, para a direção da iSe, a entidade reconhecia que sabia que parte dos ingressos da empresa estava sendo vendida no mercado negro. Mas, além de uma bronca, nenhuma medida foi adotada.

Alon ainda aponta como a empresa dos irmãos Byrom ganharia ainda mais poder a partir de 2010, quando ficou responsável por ingressos, tecnologia, hospitalidade, acomodação e transporte. "Uma só empresa tem todo o negócio da coluna vertebral da Fifa", disse.
A TARDE

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Em meio a cortes de R$ 26 bi, governo vai congelar reajuste de servidores e suspender concursos

Mudanças atingem programa Minha Casa Minha vida e outros setores


O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou que as medidas propostas pelo governo de redução de despesas e aumento de receitas em 2016 terá um impacto total de R$ 64,9 bilhões, ou 1,1% do PIB. O valor corresponde à diferença entre o déficit primário de R$ 30,5 bilhões (0,5%) do PIB incluído na proposta de Orçamento enviada ao Congresso Nacional e a meta de superávit primário de 0,7% do PIB, ou 43,8 bilhões, para o próximo ano. Para o corte de gastos, o governo anunciou nove medidas, que juntas somam R$ 26 bilhões.
Segundo ele, a proposta de Orçamento enviada ao parlamento já prevê uma redução de 42% dos gastos com diversos programas, na comparação com as metas originais do governo, o que seria equivalente a uma economia de mais R$ 20,6 bilhões. Barbosa citou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Pronatec e o Minha Casa Minha Vida (MCMV como alguns dos programas já afetados pelo corte. “Isso torna o orçamento mais realista”, avaliou.
O ministro argumentou ainda que, para o corte adicional anunciado hoje, restou um espaço para o governo de apenas R$ 115 bilhões em despesas primárias contingenciáveis. “O restante do gasto primário é determinado por lei”, completou.
Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy; e do Planejamento, Nelson Barbosa; anunciam cortes no Orçamento durante coletiva (Valter Campanato/Agência Barsil)
A primeira medida de redução de gasto é o adiamento do reajuste dos servidores públicos, de janeiro para agosto do próximo ano. Essa medida geraria uma redução de R$ 7 bilhões em gastos obrigatórios. “A implementação depende de negociação com servidores e um projeto de lei a ser enviado para o Congresso. As condições negociadas continuam as mesmas, mas a data muda”, explicou.
O governo também irá suspender a realização de concursos em 2016, com uma economia estimada em R$ 1,5 bilhão. Segundo o ministro, será feita uma alteração no orçamento de 2016 que está em discussão no Congresso. A equipe econômica também pretende eliminar o chamado abono de permanência, um benefício equivalente a 11% dos salários pagos a servidores que atingem condições de aposentadoria, mas continuam trabalhando.
De acordo com Barbosa, atualmente são 101 mil servidores nessa condição, e mais 123 mil ganhariam o benefício nos próximos cinco anos. A economia prevista com a medida é de R$ 1,2 bilhão em 2016, mas depende de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Barbosa anunciou ainda que o governo proporá uma lei para garantir a aplicação do teto remuneratório do serviço público, o que causaria uma economia de R$ 800 milhões em 2016. O teto do funcionalismo público é o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “É preciso uma lei para disciplinar melhor a aplicação do teto e o que deve ser contabilizado”, argumentou.
O ministro também anunciou uma redução de R$ 2 bilhões em gastos com custeio administrativo, sendo R$ 1,6 bilhão com renegociação de aluguéis, R$ 200 milhões com cortes de diárias, passagens e auxílios, além de R$ 200 milhões com o corte de ministérios e cargos comissionados. “Não é uma economia elevada, mas é uma reforma necessária para melhorar produtividade do governo”, acrescentou.
Minha Casa, Minha Vida
Entre as nove medidas anunciadas, há mudanças também no programa Minha Casa, Minha Vida. A primeira alteração anunciada no programa é o corte de R$ 4,8 bilhões de despesas discricionárias. Para isso, o governo propõe o direcionamento de recursos do FGTS para o pagamento de parte das despesas da faixa 1 do programa, o que substitui gastos da União. Para viabilizar essa alteração, é necessário alterar a PLOA e editar uma medida provisória.
Outra alteração prevista é uma mudança no PAC, exceto no programa Minha Casa, Minha Vida. Essa alteração geraria uma economia de R$ 3,8 bilhões em despesas discricionárias com a redução do valor previsto para o programa. O governo propõe ainda que emendas parlamentares obrigatórias sejam direcionadas para os programas do PAC já previstos na PLOA.
O governo também conta com emendas parlamentares para a saúde. Uma das medidas anunciadas é a redução de R$ 3,8 bilhões em despesas discricionárias da saúde. A proposta conta com uma recomposição através de gastos obrigatórios das emendas parlamentares individuais. Segundo o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, a recomendação é de que os recursos sejam alocados nos programas prioritários da saúde que já estão previstos no PLOA. Outra medida anunciada foi a revisão dos gastos com subvenção agrícola de garantias de preços agrícolas, o que geraria um impacto de R$ 1,1 bilhão. Segundo o dirigente do Planejamento, o valor do programa de Garantias do Preço Mínimo será revisado para a média de execução do programa nos últimos quatro anos, que é de R$ 600 milhões. 
Correio da Bahia